“Grupos minoritários”: forma e organicidade dos empreendimentos (ditos) solidários
PSICOLOGIA POLÍTICA. VOL. 12. No 23. PP. 121-137. JAN. – ABR. 2012
Fabio Bittencourt MEIRA, abril 2012
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Resumo :
O artigo adota referencial teórico da Psicologia Social de Eugène Enriquez para discutir a organização de empreendimentos de economia solidária (EES). Essas organizações são nomeadas “autogestionárias” porque supostamente produzem em bases democráticas contrariando pressões do entorno capitalista. O objetivo é apreender sua forma e organicidade diante de tais pressões. A construção de vínculos sociais grupais que potencializem a gestão democrática é alvo de análise. A tese central do artigo é que por meio do conceito enriqueziano “grupo minoritário” é possível compreender os dilemas implicados. A forma do grupo minoritário parece expressar coerentemente a forma dos EES, seus problemas e dificuldades. Conclui-se que a trajetória dos EES pode ser pensada como evolução do grupo a uma organização, num processo algo indeterminado, mas fortemente influenciado pela dinâmica do grupo: no trabalho do grupo sobre si estão em jogo sua autolimitação, suas ilusões e sua obra.