Eugênia de Souza Mello Guimarães Motta

Eugênia Motta é pesquisadora do Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia e coordena um projeto de pesquisa no Complexo do Alemão, um conjunto de favelas no Rio de Janeiro. É bolsista de pós-doutorado da FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. É consultora do Instituto Raízes em Movimento, organização com sede no Complexo do Alemão.

Seu projeto de pesquisa atual no Complexo do Alemão tem duas vertentes. A primeira diz respeito às práticas econômicas ordinárias na favela e suas conexões com práticas familiares, questões de gênero e espaços construídos materiais e imaginados. A segunda é a reflexão sobre as recentes intervenções públicas (projetos de urbanização e a chamada “pacificação”) vista por meio de suas ressonâncias na vida cotidiana de moradores.

Ela concluiu o mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional em 2004 com uma dissertação intitulada “A ‘outra economia’: um olhar etnográfico sobre a Economia Solidária” e em 2010 concluiu o doutorado na mesma instituição com a tese “Trajetórias e transformações no mundo da Economia Solidária”. Nestes trabalhos ela descreve o mundo de pessoas e instituições unidos pela crença comum de que ‘outra economia’ é possível: um mundo construído nas fronteiras com outras esferas sociais relativamente independentes, como a academia, o universo das ONGs e o estado. Um dos objetivos da tese foi analisar a construção estatística da Economia Solidária, com uma análise sobre o chamado “Mapeamento da Economia Solidária” por meio de perspectivas etnográficas diversas.

Tanto o projeto sobre a Economia Solidária quanto o atual projeto de pesquisa no Complexo do Alemão envolvem relações próximas com organizações de defesa de diretos. Entre 2005 e 2011 ela trabalhou como pesquisadora no Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), organização não-governamental dedicada desde o início dos anos 1980 à produção de informação sobre questões sociais relevantes tanto para movimentos sociais quanto para governos. Como profissional desta instituição começou a relação com organizações na favela, que se fortaleceram nos últimos anos. Sendo uma profissional envolvida com organizações no mundo social em estudo e algumas vezes trabalhando próximo a políticas públicas, se torna crucial refletir sobre estas relações e seu papel na produção da etnografia, um tema central na sua tese de doutorado e no presente projeto de pesquisa.

Uma tese