ECONOMIA SOLIDÁRIA – princípios e contradições
Dissertação (Mestrado) em Política Social pelo Programa de Pós-graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2010.
Andressa Nunes AMORIM, 2010
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O propósito desta dissertação é analisar se as relações sociais atípicas da economia solidária convergem para a estruturação de um novo modo-de-produção não capitalista. Para isso o procedimento metodológico utilizado foi a pesquisa bibliografia a livros; periódicos; teses; dissertações; coletâneas de textos; além de dados de instituições oficiais como Ministério do Trabalho e Emprego e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dessa forma; buscou-se o estudo do movimento cooperativista europeu do século XIX e sua relação com o surgimento da Economia Solidária no Brasil; além da apresentação das diversas concepções teóricas de economia solidária marcadas por imprecisões e incompletudes; passando pelas contradições dos princípios norteadores da autogestão; da solidariedade e na ação concreta; sua relação com o do terceiro setor. A partir desse conjunto de elementos passou-se à análise da economia solidária como meio para a estruturação de um novo modo-de-produção não capitalista; suas limitações e as potencialidades da economia solidária enquanto espaço de formação política e construtora de uma nova sociabilidade. Observou-se que; ao longo da década de 1990 e; sobretudo nos anos 2000; houve uma explosão de novos grupos de economia solidária no Brasil; surgidos como conseqüência da crise estrutural do emprego; causado pela necessidade de elevação da remuneração do capital. Nesse cenário inspirados por princípios de solidariedade e autogestão os empreendimentos econômicos solidários vivenciam relações contraditórias seja diante de seus próprios princípios; seja pela ligação estreita com o terceiro setor através das entidades de assessoria e fomento; seja pela defesa de uma proposta anticapitalista somada à vivência na economia de mercado. Trata-se; portanto; de uma análise que considera os limites e as possibilidades da economia solidária a partir de suas contradições e sua potencialidade como motor de uma transformação sistêmica.